Criada em meados de 2017, a coleção
“O amor pelas palavras”, de circulação exclusiva pela Amazon, reúne esforços editoriais
da Editora Cintra e do selo ARC Edições, no sentido de robustecer
o mercado de livros no Brasil em seu ambiente virtual, também com opções de aquisição
de títulos impressos sob demanda. Seus
diretores, respectivamente Leda Rita Cintra e Floriano Martins, até o momento publicaram
63 títulos. São livros ofertados em três idiomas: inglês, espanhol e português,
para os quais pedimos a sua atenção, tanto de leitura quanto de difusão e sugestões.
Contatos:
floriano.agulha@gmail.com e ledacintra11@gmail.com
01 | Memória de Borges – Um livro de entrevistas, de Floriano Martins
02 | Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana, de Floriano Martins
03 | Farelos do Mytho – teatro de farsas, de Zuca Sardan e Floriano Martins
04 | Invenção do Brasil – ensaios e entrevistas, de Floriano Martins
05 | Tratados de Harmonia – Ensaios sobre arte contemporânea, de Jacob Klintowitz
06
| Vlía – Poema para la quinta hoja de un
trébol cualquiera, de Freddy Gatón Arce
07
| Horizontes del surrealismo – Ensaios, de Carlos M. Luis
08
| El catedral del desorden, antología poética de Roberto Piva
09
| Intuiciones y obsesiones – Crónicas de
una vida interesante, de Susana Wald
10
| Río Loa, estación de los sueños – novela de Ludwig Zeller
11
| La novena generación – cuentos de Alfonso Peña
12 | Eccolequá – Raridades da Graffica Gralha, miscelânea atrevida
de Zuca Sardan
13
| Dos pianos en la tempestad – Antología poética de Floriano Martins
14 | Um globo cheio de viajantes inauditos – miscelânea atrevida
de Vicente Huidobro
15 | A muralha de Adriano – romance, de Menalton Braff
16
| Cuaderno de señales – Poesía 2012-2017, de Carlos Barbarito
17 | Escritos indígenas – Uma antologia, de Leda Rita Cintra
[Org.]
18 | Ressurreições de uma ampulheta – Miscelânea atrevida de Aldo Pellegrini
19 | Imaginação estupefata – Poesia e Plástica, de Floriano Martins & Valdir Rocha
20 | Susana Wald & la vastedad simbólica – Crítica de arte,
de Floriano Martins
21 | Conversas, de Alfonso Peña (entrevistas)
22 | Viagens do Surrealismo, 1 – A criação (antologia poética), de Floriano Martins
23 | Propriedade Imaginária, de Floriano Martins
24 | As Flores São Idiotas Completas (poesia), de Allan Vidigal
25 | Six Running Desires, de Floriano Martins, tradução de Allan Vidigal
26 |
Overnight Medley (English Edition), de Floriano Martins & Manuel Iris, tradução de Allan Vidigal
27
| El río sin orillas, de Eduardo Mosches – Antología 1979-2014
28 | Mundo Mágico Bolívia, de Floriano Martins
29 | Tabula Rasa, de Valdir Rocha e Floriano Martins
30 | La maquinaría de los secretos, de Homero Carvalho
31 | Sobras de Deus, de Floriano Martins
32 | Agulha Revista de Cultura Entrevistas, vol 1
33 | O hábito do abismo – diálogos com Floriano Martins, de Márcio Simões
34 | Vislumbres verbales, de Gabriel Jiménez Emán
35 | Magmáticas medusas, de Anna Apolinário
36 | Caixa de Pandora, de Nicolau Saião
37 | Asilo de farsas, de Zuca Sardan e Floriano Martins
38
| Limaduras del sol y otros poemas, de Omar Castillo
39 | Inventario nocturno, de Homero Carvalho
40 | En la escritura de otros, de Omar Castillo
41 | Sob a pele da língua – Breviário poético brasileiro, de Floriano Martins
[Org.]
42 | Amor Roma, de Allan Graubard
43 | Neonia, de Andreia Carvalho Gavita
44 | Depois de tudo, de Geraldo Ferraz
45 | Os fungos de Yuggotth, de H. P. Lovecraft
46 | Urupês, de Monteiro Lobato
47 | Tiempo de lobos, de Tomás Saravi
48 | A arte da subversão, de Ikaro Maxx
49 | Falar com os outros, de Nicolau Saião
50 | Esfinge Insurrecta – Poesía en Chile, de Floriano Martins
e Juan Cameron
51 | Zacatraca, de Zuca Sardan e Floriano Martins
52 | Eros nômade, de Floriano Martins
53 | A inocência de pensar, vol. 1, de Floriano Martins
54 | A inocência de pensar, vol. 2, de Floriano Martins
55 | A inocência de pensar, vol. 3, de Floriano Martins
56 | Barajar la poesía, de Alfonso Peña
57 | Fabulário porquinhol, de Zuca Sardan e Floriano Martins
58 | A linguagem revelada, de Ester Fridman
59 | Yoga – Uma genealogia de seus princípios, de Ester Fridman
60 | Quarteto Kolax – Carroça patafísica
61 | Opra sfola, de Zuca Sardan & Alfonso Peña
62 | Las máscaras del aire, de Omar Castillo y otros (poema colectivo)
63 | Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América, de Floriano Martins
64 | Clítoris clítoris, de Maria Estela Guedes
65 | Floriano Martins, poeta
e demiurgo, de Claudio Willer
66 | El libro de Andrómeda, de John Sosa
67 | Dulce San José & Lina (dos novelas), de Adriano Corrales Arias
68 | A mobília violenta do ar, de Leila Ferraz
69 | Cuentos que no vendrán, de Armando Romero
70 | Oráculos profanos – Theatro Automático, de Zuca Sardan &
Floriano Martins
71 | Infinite Cilia, de John Welson and David Greenslade
72 | Obra Poética, de Renée Ferrer
73 | Todo lo demás lo barrió el viento, de Berta Lucía Estrada
74 | 120 noites de Eros, de Floriano Martins
75 | A toda máquina, de Alfonso Peña
76 | Federico García Lorca, entre
mil puntos de amor, de Agathi Dimitrouka
77 | El museo del visionario, de Floriano Martins & Berta Lucía Estrada
78 | El oficio de escribir – Ensayos
reunidos, vol. 1, de Berta Lucía Estrada
79 | El oficio de escribir – Ensayos
reunidos, vol. 2, de Berta Lucía Estrada
80 | Os reinos dourados, de Homero Carvalho Oliva
81 | Agulha Revista de Cultura – Edição seletiva 2019 # 125-148
82 | Anatomía movediza, de Juan
Calzadilla
83 | As selvas despenteadas gemendo como gaivotas, de César
Moro
84 | Esferas del tiempo – Poetas iberoamericanos
nacidos en los 1950, de Floriano Martins y Omar Castillo
[Org.]
85 | Fernando Arrabal e os desafios
da memória, de Floriano Martins
86 | Milagre de mil rostos, de Aurora Leonardos
NOSSOS AUTORES
ADRIANO CORRALES ARIAS (Costa Rica, 1958)
AGATHI DIMITROUKA (Grécia, 1958)
ALDO
PELLEGRINI (Argentina, 1903-1973)
ALFONSO PEÑA (Costa Rica, 1952)
ALLAN GRAUBARD (Estados Unidos, 1950)
ALLAN
VIDIGAL (Brasil, 1971)
ANDREIA CARVALHO GAVITA
ANNA
APOLINÁRIO (Brasil, 1986)
ARMANDO ROMERO (Colômbia, 1944)
AURORA LEONARDOS (Brasil, 1987)
BERTA
LUCIA ESTRADA (Colômbia, 1955)
CARLOS
BARBARITO (Argentina, 1955)
CARLOS M.
LUIS (Cuba, 1932-2013)
CÉSAR MORO (Peru, 1903-1956)
CLAUDIO WILLER (Brasil, 1940)
DAVID
GREENSLADE (País de Gales)
EDUARDO
MOSCHES (Argentina, 1944)
ESTER FRIDMAN (Brasil, 1963-2020)
FEDERICO GARCÍA LORCA (Espanha, 1898-1936)
FLORIANO
MARTINS (Brasil, 1957)
FREDDY
GATÓN ARCE (República Dominicana, 1920-1994)
GABRIEL
JIMÉNEZ EMÁN (Venezuela, 1950)
GERALDO FERRAZ (Brasil, 1905-1979)
H. P. LOVECRAFT (Estados Unidos, 1890-1937)
HOMERO
CARVALHO OLIVA (Bolívia, 1957)
IKARO MAXX (Brasil)
JACOB
KLINTOWITZ (Brasil, 1941)
JOHN SOSA (Colômbia, 1953)
JOHN WELSON (País de Gales, 1953)
JORGE LUIS BORGES (Argentina, 1899-1986)
JUAN CALZADILLA (Venezuela, 1931)
JUAN CAMERON (Chile, 1947)
LEDA RITA CINTRA (Brasil, 1959)
LEILA FERRAZ (Brasil, 1944)
LUDWIG
ZELLER (Chile, 1927-2019)
MANUEL IRIS
(México, 1983)
MÁRCIO
SIMÕES (Brasil, 1979)
MARIA ESTELA GUEDES (Portugal, 1947)
MENALTON
BRAFF (Brasil, 1938)
MONTEIRO LOBATO (Brasil, 1882-1948)
NICOLAU
SAIÃO (Portugal, 1946)
OMAR
CASTILLO (Colômbia, 1958)
RENÉE FERRER (Paraguai, 1944)
ROBERTO
PIVA (Brasil, 1937-2010)
SUSANA WALD
(Hungria, 1937)
TOMÁS SARAVI (Argentina, 1934-2014)
VALDIR
ROCHA (Brasil, 1951)
VICENTE
HUIDOBRO (Chile, 1893-1948)
ZUCA SARDAN
(Brasil, 1933)
*****
CLAUDIO
WILLER | Conversa com os editores
CW | Como veio à luz
esta parceria editorial, gerando este novo selo com um nome tão bonito, O amor
pelas palavras? Quais os planos?
FM | O título da
coleção foi emprestado de um de meus primeiros livros publicados, em 1982. Mas reflete,
em essência, a intensidade de nossa relação com o mundo dos livros e com a palavra
dada, não apenas escrita. Funciona, portanto, como uma carta de princípio. Há uma
relação de mercado, certamente, considerando que os livros estão à venda, porém
o que é determinante é criar novas perspectivas de acesso a títulos que o mercado
comum não dá atenção.
LRC | Embora concordando
com o que foi dito por Floriano, de que nossa meta não é essencialmente financeira,
acredito que essa parceria é uma tentativa de fazer o mercado livreiro e principalmente
o mercado do eBook despertar para o fato de que se pode publicar com excelência
de qualidade tanto no papel impresso como no digital, sem esquecer que o digital
nos dá a possibilidade de pensar primeiramente na qualidade do que é oferecido,
sem precisar pensar tão emergencialmente no retorno financeiro da empreitada, porque
o investimento pequeno dessas publicações torna isso possível.
CW | Floriano e Leda
Cintra já se conheciam faz tempo, não é? Já havia um diálogo, um interesse em colaborarem?
Façam um resumo desse diálogo.
FM | Conheci Leda
Cintra quando, já não recordo por sugestão de quem, eu a procurei para atuar como
agente literária em busca de edição justamente para o livro Memória de Borges,
com que hoje abrimos a nossa coleção. O livro sofreu uma recusa generalizada por
conta dos habituais entraves que a viúva do poeta argentino levava a termo pelos
corredores editoriais em diversos países. Mesmo que se soubesse que os direitos
autorais deste livro não pertenciam ao Borges, e sim aos diversos jornais e revistas
onde as entrevistas foram publicadas, o fato é que as editoras não queriam arriscar.
Finalmente o livro sai pelas Edições Nephelibata, de Santa Catarina, em uma belíssima
caixa com dois volumes, edição artesanal, com uma tiragem de 60 exemplares. Meu
convívio com Leda se intensificou a partir daí, ela passou a colaborar com a Agulha
Revista de Cultura, ao mesmo tempo em que editou um livro de contos do costarriquenho
Alfonso Peña e um livro meu: Invenção do Brasil. Era então uma versão resumida
do livro homônimo que hoje tratamos de incluir na coleção. Por desdobramento natural,
uma vez que sempre trocávamos e-mails a respeito dos problemas editoriais no Brasil,
nos veio a ideia de somar nossas duas casas editoriais em torno de um projeto comum,
utilizando apenas a plataforma virtual, com a determinação de compor um catálogo
relevante.
LRC | Pois é… a
recusa de publicar Memória de Borges por causa das invectivas da viúva foi
quase trágica. Os editores queriam o livro, reconheciam sua importância, mas editores
não costumam se arriscar em polêmicas com herdeiros de direitos autorais, mesmo
quando os direitos sejam tão questionáveis quanto neste caso, em que se resguarda
muito mais o nome de Jorge Luis Borges do que direitos que, como disse Floriano,
pertencem aos entrevistadores. Acredito que a questão dos direitos autorais deveria
ser melhor revista, porque resguardar os autores é publicar seus textos, não esquecê-los
mercê da não politica dos herdeiros, como acontece com frequência no nosso país em que grandes autores
e suas excelentes obras terminam caindo no esquecimento mercê de herdeiros e de
editores que se digladiam sem nenhuma noção.
CW | Seu campo, Floriano,
tem sido preferencialmente o surrealismo – que, no Brasil, virou dissidência cultural,
pelo modo como é desconsiderado por elites pensantes. Sua colossal pesquisa – em
especial sobre manifestações do surrealismo fora da França – terá reflexos nas pautas
ou títulos dessa nova série?
FM | Não creio
que seja possível, do ponto de vista de uma prática quando menos razoável de abrangência
cultural, deixar de fora o surrealismo de qualquer catálogo editorial. Seja pela
importância fundamental do movimento, quanto pelo volume impressionante de títulos
que acompanha a vida literária de incontáveis países. Eu tenho em preparo no momento
dois livros dedicados ao tema. O primeiro deles é uma bem abrangente antologia poética
de poetas surrealistas em todo o mundo, com um total de quase mil páginas. Este
livro deverá ser publicado até novembro. O outro volume requer mais tempo de preparo,
por se tratar de um volume crítico de diálogos que venho mantendo com estudiosos
do surrealismo em países como Portugal, México, Espanha, Grécia, Austrália, Holanda
etc. Pouco antes de sua morte, deixaram comigo originais dedicados ao surrealismo
os poetas André Coyné (França) e Carlos M. Luis (Cuba). Como temos uma previsão
de 20 títulos para este resto de 2017, estes originais em breve entrarão em fase
de digitação, e creio que será possível publicá-los no início do próximo ano. Há
também livros dedicados ao surrealismo que já se encontram na previsão editorial
para este ano: ensaios do argentino Aldo Pellegrini; uma antologia poética do Roberto
Piva, em espanhol; um amplo volume de teatro automático escrito a quatro mãos por
mim e Zuca Sardan; um estudo crítico que preparei sobre a obra plástica da artista
Susana Wald etc. Aqui é importante destacar que os livros atendem a leitores tanto
em idioma português quanto espanhol, o que amplia o alcance de nossa aventura editorial.
LRC | Acho importante
a publicação dessas obras dedicadas ao surrealismo que, na América Latina, quase
exclui o Brasil, em que o desconhecimento por essa corrente literária se resume
a Dali.
CW | Leda Cintra,
como se projeta seu campo de interesses nessa programação editorial? Haverá mais
sobre Pagu? Sobre censura e seus malefícios?
LRC | Como disse
no inicio, o instigante nessas publicações digitais, interesse maior da editora
Cintra é a possibilidade de tirar do esquecimento nomes como Geraldo Ferraz, do
qual publicamosDoramundo, o romance que em 1956 foi considerado o melhor
do ano, sem nos esquecermos que foi o ano em que Guimarães Rosa teve publicado seu
Grande Sertão Veredas. Também de Geraldo Ferraz publicaremos outros livros
como Depois de Tudo, uma autobiografia quase já esquecida, assim como Jorge
de Andrade, do qual publicamos todo o teatro, num belíssimo trabalho de Elizabeth
Azevedo que complementou essa edição de suas peças com apresentações e prefácios
de professores, críticos, gente do teatro como Antonio Candido de Mello e Souza, Carlos Guilherme Motta, Antunes Filho etc.
Sim, pretendemos
publicar toda a obra de Pagu que, como você sabe melhor do que ninguém é mito, mas
mito em um país como o Brasil, periga ter o nome usado desde escolas até brechós,
sem dar satisfação aos herdeiros. E olha que os herdeiros da obra de Pagu, seus
netos e noras, são bem simpáticos com os pretendentes a alcançar esses títulos…
mas Pagu está atualmente em vários países, com seu Parque Industrial, tais
como Estados Unidos, México, França, Croácia e, em breve, sairá pela nova Editora
Linha a Linha, que começa seu catálogo com esse título aqui no Brasil onde já se
encontra disponível em ebook pela Editora Cintra. Veja, entretanto, que são traduções
de estudiosos, professores universitários, que descobrem Patricia Galvão e sua obra
em feiras culturais e por ela se interessam a ponto de traduzir e buscar editoras.
No Brasil fazer os leitores comprarem livros ou eBooks é difícil, e para a Editora Cintra o maior exemplo
disso é o de que todo mês são vendidos de dois a três eBooks de Parque Industrial,
mas em uma promoção gratuita de 72 hs foram baixados 470 eBooks dessa autora. Isso,
entretanto, em nada nos aborrece, como disse Floriano Martins, nosso foco maior
não são as vendas, porque embora estejamos no mercado, o foco principal é o de preservar
títulos da nossa lavra que sem as possibilidades dos eBooks morreriam nos fundos
de gavetas parecendo pouco comerciais para as editoras que imprimem livros.
CW | Floriano, você
é artista múltiplo, literário e visual. Isso tem consequências na escolha de títulos?
FM | Uma consequência
natural. Não apenas no tocante à definição do catálogo, como também no cuidado com
o projeto gráfico, considerando que assino capa e desenho interno de todos os livros.
Além disto, me parecem já indissociáveis as criações literárias e plásticas, sendo
bem comum a existência de escritores que são também artistas plásticos ou gráficos,
e vice-versa.
*****
ALFONSO
PEÑA | Conversa com os editores
AP | Leda & Floriano, su travesía por publicaciones
de revistas y ediciones de libros es muy amplio y de gran recorrido. Me parece que
para nuestros lectores y amigos será importante conocer sus observaciones y comentarios
sobre el hecho de como dos sellos editoriales se compaginan y entran en complicidad
para publicar libros en formato eBook… ¿Esencias,
descubrimientos?
FM | Hay dos puntos complementares.
El primero es una estrategia de mercado. El segundo, mi admiración por este trabajo
editorial que hace tiempo realiza Leda. Hay un modo, todavía hay, de hacer del mercado
algo más humano. Además es muy importante la complicidad, en todos los sentidos,
sobre todo en un tiempo como el nuestro, en que el aislamiento posee un acento muy
peligroso.
LRC | Concordo com
Floriano na admiração, admiro em Floriano esse trabalhador da cultura latino-americana,
que acredita em transformar os homens pela cultura. Admiro e aceito sua ideia de
cumplicidade, uma cumplicidade muito necessária para que possamos continuar a caminhar
sem nos atermos a especificações solitárias e imunes a compartilhamentos culturais
e humanos, o que apenas traz o isolamento
de cada homem ou mulher.
AP | Editora Cintra y Arc Edições, poseen en sus catálogos títulos importantes, en algunos
casos con autores de gran bagaje y prestigio como fue el primer título sobre las
entrevistas concedidas por Jorge Luis Borges y recopiladas por Floriano Martins
para esta edición… ¿Qué esperan de este título con el que inicia la colección?
FM | Nuestra preocupación central
es con la configuración de un catálogo que sea al mismo tiempo diversificado y relevante.
La idea es buscar títulos que expresen una distinción en relación al mercado común.
Memoria de Borges es una selección de entrevistas que ha dado a la prensa el poeta
argentino en su pasaje por varios países, en sus viajes como conferencistas. Este
material estaba disperso, en grande parte los periódicos habían cerrado sus puertas,
así que es un libro muy raro y revelador del carácter de Jorge Luis Borges. En esta
misma dirección estamos preparando libros de autores como Vicente Huidobro, Aldo
Pellegrini, Jacob Kintowitz. Lo que esperamos con esa apuesta editorial es ofrecer
al lector una muestra significativa y diversa del arte y el pensamiento en nuestro
tiempo, desde principios del siglo pasado hasta hoy.
LRC | Nesta pergunta
percebo a preocupação com o destino que receberão grandes autores, livros e ideias
com as atuais publicações; uma preocupação que ainda não é a nossa, se pensarmos
no grande público, mas que é nossa se pensarmos em levar a grande literatura, no
sentido de autores e textos de qualidade excelente, para um público que tem o direito
de ter preservados livros como esse de J. L. Borges e outros que constam dos catálogos
dessas duas editoras, livros que sem essas publicações estariam perdidos nos armários
e gavetas, alguns nas memórias de quem os leu, mas longe das prateleiras das livrarias
e gráficas.
AP | La propuesta editorial de ustedes
como editores se puede entender como una manera de enfrentar la crisis en los sistemas
capitalistas… Ante la “difundida” caída del libro impreso, consideran que los eBooks
es un modo efectivo de combatir la crisis…
FM | Hay en esa perspectiva más de
deseo que de modo efectivo. Además es un riesgo pensar en las cosas como siendo
excluyentes. Eso es muy común en Brasil, dejar una cosa por otra, cuando es plenamente
posible la común relación entre varias cosas. ARC Edições sigue con sus libros impresos,
ahora mismo presentamos un libro muy bello, en colores, sobre las esculturas de
un importante artista brasileño: Valdir Rocha. Sumamos nuestro esfuerzo en búsqueda
de un sitio mágico en que el arte y el pensamiento alcancen una perfecta mecánica
de interrelación. Igual seguimos con la publicación mensual de Agulha Revista
de Cultura e sus series especiales. Hay mucho trabajo y este es el modo más
efectivo de ser: trabajar para combatir las crisis todas, sobre todo la crisis moral,
que es la más corrosiva.
LRC | Combater a
atual crise econômica seria possível através dos textos em eBooks dados seus preços
muito mais acessíveis do que quando falamos de publicações impressas, mas para isso
teríamos de estar no mesmo patamar de alguns países estrangeiros em que o eBook
é um verdadeiro sucesso de vendas sem, contudo, atrapalhar as vendas das publicações
impressas. Há que saber fazer conviver de forma harmônica esses dois tipos de publicações,
o eBook e o impresso, como um dia fizemos conviver televisão e jornais impressos
que, se hoje estão em menor número não é absolutamente por causa da televisão que
foi combatida pelos jornalistas e autores de textos impressos quando surgiu, mas
por causa de uma crise que se prolonga e atinge muitos segmentos além do financeiro.
AP | Conversemos de estrategias visibles
e invisibles… ¿Cómo atraer al mercado global?
FM | La palabra-llave es la misma,
en cualquier actividad de mercado: difusión. Por supuesto que hablamos de difusión
de un obyecto de calidad. Es indispensable establecer la diferencia, porque el mercado
está saturado de mercancías de baja calidad. El mercado de libros no es distinto.
Así que la estrategia esencial apunta en la dirección de muy buena y activa difusión,
a través de los mecanismos de publicidad de Amazon, así como la difusión que hacemos
a través de las redes sociales y la complicidad que mantenemos con nuestros amigos
de las artes, editores de revistas, periodistas etc. A ver que sale
de todo esto…
LRC | Concordo com
Floriano: divulgar, divulgar e divulgar de todas as maneiras possíveis sem perder
o foco da qualidade; porém, não se pode negar que um público leitor mais assíduo
seria desejável, embora saibamos que isso se consegue com educação e tempo.
AP | En conversaciones que mantengo
con personas y amigos de diversos países y medios, muchos opinan que todavía los
lectores de libros impresos no se “acostumbran” al eBook, en otras palabras “no
se siente cómodos”. ¿Cómo lograr que se integren a las parafernalias digitales…?
FM | Hay que insistir que se tratan
de modos distintos de acercamiento de contenidos. Es plenamente posible contar con
los dos mundos, el impreso y el virtual. Fíjate que lo mismo se decía de los periódicos
que hoy circulan ampliamente en el medio digital. El problema mayor no está en el
formato de presentación de la lectura, sino en el interés por la lectura misma.
Esto es lo que más me preocupa, sobre todo en un país como Brasil, el agotamiento
de la lectura relevante. En eso sentido, ojalá el mundo digital pueda ayudar simplemente
por ofrecer un nuevo formato de acceso.
LRC | Essa é uma
questão de difícil resposta, porque vemos em ônibus, metrôs etc., assim como nas
casas, pessoas das mais diferentes faixas etárias com kindles nas mãos lendo… São
aparelhos que tornam muito mais fácil o transporte e manejo dos textos do que livros
impressos. Além disso, apesar de acreditar que o hábito do livro impresso seja próprio
de uma faixa etária mais elevada, quando os eBooks nem sequer existiam, acredito
bem fortemente que o verdadeiro leitor, não permite que o meio o impeça de chegar
ao conteúdo com o qual deseja se deleitar, como prova o grande Esdras do Nascimento,
autor também da Editora Cintra, recentemente falecido que, aos 83 anos possuía três
aparelhos kindles e só lia em eBook, porque cada kindle comporta 3 mil títulos,
não pega poeira, é de fácil transportar e não gasta espaço.
AP | Quizá es importante que podamos
conversar en relación a las ediciones alternativas en contraposición con las ediciones
de los emporios editoriales… ¿similitudes, diferencias?
FM | No veo como contraposición.
Hay de todo en los dos modos, el mundo está tomado por el preocupante crecimiento
de la basura. Hay una creciente marginalización del ser, el interés de convertir
al ser en pieza de reposición de un mercado de almas. Cada uno reacciona a su modo,
por supuesto. Pero la más grande calamidad radica en la inacción.
LRC | Espero que
hoje, como sempre, haja a similitude da procura da qualidade e que a diferença sirva
apenas para publicar mais títulos, já que nem todos caberiam em uma única casa ou
forma de edição.
AP |¿Podemos referirnos a generaciones
de lectores en papel y digitales…? Hace unos años este cuestionamiento se hubiera
percibido como algo utópico, podemos afirmar que ya existe “la generación” de lectores
digitales de un modo convencido y autónomo. ¿Opinión?
FM | Bueno, que así sea, pero… ¿Qué
importa? ¿Qué importa, tomemos la música por ejemplo, que exista una generación
de música acústica y otra de música electrónica? Nada de eso define la calidad del
arte, más aún, la calidad de la vida.
LRC | Penso que
cada vez mais países com maior número de leitores acessam de todas as maneiras os
livros; logo, são mais acessíveis a essa nova forma de publicação, sem deixar de
ler os impressos. Acredito que em locais semoventes como ônibus, metrôs, etc. se
vê mais pessoas lendo publicações digitais pela facilidade de transportar e isso
pode nos levar erroneamente a acreditar que apenas os jovens, que usam esse tipo
de transporte leem no digital, o que não é verdade, pois isto se constata apenas
pela facilidade de transportar os livros nos veículos coletivos como em viagens.
O que me parece é que no Brasil, especialmente, novidades de qualquer tipo, que
não se refiram a moda e cosméticos, demoram um tempo maior para serem incorporadas.
AP | Para concluir, se habla de un “catálogo”
con un inicio de 20 títulos para los próximos 6 meses… Es un trabajo acelerado y
lleno de matices… ¿Cómo piensan enfrentar la producción, el diseño de portadas,
composición de páginas internas, la distribución, las ventas… y sobre todo la calidad
editorial…?
FM | Bueno, el primero paso es de
cierto modo lo más tranquilo, pues estamos trabajando con libros ya existentes,
algunos que inclusive tuvieron una primera edición impresa. Libros que son una re-compilación
de textos dispersos en periódicos y volúmenes con autores diversos. La parte del
diseño gráfico está conmigo, incluso las portadas. Ya Leda cuida de la preparación
técnica de cada título para inserción en la plataforma Kindle, de Amazon. Manejamos
los dos las estrategias de distribución y Leda hace el acompañamiento de las ventas.
Es un trabajo muy dinámico y me encanta esa perspectiva creada por nosotros, esa
mecánica mágica del descubrimiento perene de uno en el otro. Las relaciones de trabajo
son también relaciones amorosas. Así es la vida.
LRC | Vejo que parte
da resposta já foi dada por Floriano e concordo; ademais, o que importa mesmo aos
dois selos é, além do encantamento da parceria, que cada título tenha examinada
cuidadosamente a qualidade, para que sejamos não grandes vendedores de livros, mas
sim divulgadores de inéditos e textos de grande qualidade esquecidos nas gavetas
e que não podem nem devem ser esquecidos porque a perda seria da própria humanidade.
*****
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