sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobras de Deus



FLORIANO MARTINS | Sobras de Deus [Novela]
Edições Nephelibata | Santa Catarina | 2008
Capa e vinhetas de Floriano Martins


Brochura, miolo em papel pólen soft 80gr, 140págs
Formato: 20x13cm
(2ª) Tiragem de 60 exemplares
R$ 30,00 (frete simples incluso)
Exemplar autografado pelo Autor


Primeira novela do poeta, editor, ensaísta e tradutor, Floriano Martins. Autor, entre outros, do livro O Começo da Busca (Escrituras, 2001), dedicado ao Surrealismo na América Latina. Editor da Agulha Revista de Cultura, conferencista e organizador de algumas mostras especiais dedicadas à literatura brasileira para revistas em países hispano-americanos: "Narradores y poetas de Brasil" (Blanco Móvil, México, 1998), "La poesía brasileña bajo el espejo de la contemporaneidad" (Alforja, México, 2001) e "Letras del Brasil" (El Búho, Ecuador, 2007). Também organizou a mostra "Poesia peruana no século XX" (Poesia Sempre, Brasil, 2008), ao mesmo tempo em que foi corresponsável pelas edições especiais "Poetas y narradores portugueses" (Blanco Móvil, México, 2003), "Surrealismo" (Atalaia Intermundos, Lisboa, 2003) e "Poetas y prosadores venezolanos" (Blanco Móvil, México, 2006). Coordena a Coleção O Começo da Busca das Edições Nephelibata.


TRECHO PARA LEITURA

Não havia propriamente um cenário. Luzes se misturavam, desconexas. Quadros, esboços, situações cabíveis em divergentes relatos. Indagar sobre o passado era uma abstração beirando o ridículo. Havia um desmazelo na atitude de cada uma daquelas vidas. Um antes raras vezes identificado. Assemelhavam-se a uma irrepreensível matéria bruta. Como escrever uma novela a partir daí? Repetir incessantemente cenas, rostos, memória deixando-se envelhecer, tudo se desgastando, aos pedaços e sem um mínimo cálculo? Ou um texto devotado à repetição, porém contra toda forma de ascese? Primícias de nada, céleres afagos da vertigem. Aquelas pessoas não tinham - jamais tiveram? - a pretensão de chegar a condição alguma. Quando muito, o testemunho da própria (e ainda assim vaga) existência, tão logo o tempo escoasse todo um ciclo de sacrifícios, perversões, abandonos. Impossível definir o que poderemos ser aqui. Personagens? Decerto. Porém não elegemos essa via árdua, nem viemos dar nela por não haver outra saída. Nenhum acesso do que se é chega a explicar o que se alcança: abismo, túmulo ou farol. Entre estudos verbais e estados oníricos, nos mutilamos e recriamos, em estúpido e franco desatino. O que esperar de uma novela assim? Nada. Nem se poderia. As novelas não possuem tal função. Não são estorvos ou válvulas de estupros. Os pobres de espírito é que esperam algo de Deus. Talvez um pérfido demiurgo, pelo acúmulo secreto de ignomínias, espere algo do efeito da trama que lhe outorga a crédula horda. Adiantemo-nos todos até uma próxima coxia, a esperar algo, com ar introspectivo, cientes de que o acaso - ou mesmo um simples caso, o fato sem transcendência alguma - nos visita com parcimônia em uma ensolarada manhã de domingo. Sentados, escreveremos uma mesma e atônita novela de nossas vidas. Ensolarados e anônimos, não somos senão mofo e presunção. Uma novela se faz assim? Quem tanto as lê, deverá sabê-lo.



PEDIDOS A



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FLORIANO BENEVIDES JÚNIOR • Banco BRADESCO
Agência 3456-8 • Conta corrente 17920-5 • CPF 169.613.313-00

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